quinta-feira, 4 de junho de 2009

O stress dos testes

É no mês de Outubro (salvo raras excepções) que os alunos voltam a ser confrontados com as fichas de avaliação, vulgarmente denominadas por testes. Depois de um Verão fantástico, do entusiasmo do início das aulas e reencontro com os amigos, eis que começamos a ouvir as frases: “Temos que trabalhar porque o teste é daqui a uma semana!” ; “Não se esqueçam que isto é para o teste”; “E na próxima aula é teste…”. Poderiam ser enunciadas inúmeras citações deste género, que nos deixam com a “cabeça a andar à roda”.
Apesar de muitos não o admitirem, o stress que antecede os testes afecta um grande número de alunos. Existem aqueles que, para onde quer que vão, levam os livros e os cadernos da disciplina a estudar. Muitos dos que se fazem acompanhar pelos livros, apenas querem mostrar que estão interessados em estudar e tirar uma boa nota no teste. É certo que existem também os alunos que se encontram mesmo preocupados, diria eu, obcecados em obter um óptimo resultado. Há quem consiga atingir esse objectivo, mas há também quem não consiga e chore “baba e ranho”, recorrendo ao ombro dos amigos, que se querem ver livres daquele empecilho que é o “marrão frustrado”. Por este mundo fantástico que é a escola, encontramos também certos alunos que, após um teste, debitam estas falas, acompanhadas de soluços: “O teste correu-me tão mal!” ; “Não entendo! Eu tinha estudado tanto (subentenda-se meia hora com pouca concentração mais uma hora sem concentração no estudo, mas com dose extra de atenção aos Morangos com Açúcar ou outra série/programa de televisão)!” ; “Eu não acredito nisto! Tanto estudo para nada!”. Novamente podíamos encontrar imensas frases como estas. Quem é que ainda não se cruzou com o aluno/a que diz a típica frase: “Já sei que vou tirar negativa!” Diga-se de passagem que este é o tipo de frase que eu não suporto. Podemos encontrar também aqueles raros exemplos de alunos que pouco estudam, mas que conseguem bons resultados e que são secretamente invejados pelos marrões. Estes sim, tenho quase absoluta certeza que pouco ou nada se deixam afectar pelo stress dos testes, pois têm uma elevada auto-estima e confiança nas suas capacidades. Esporadicamente, não obtêm o resultado que é habitual, mas isto acaba por lhes passar ao lado, ou seja, não se deixam afectar, e não será por isso que passarão a estudar mais. O segredo para os bons resultados: a atenção e interesse nas aulas. Verificamos também que existem os alunos que se dedicam pouco ao estudo, mas que conseguem ter uma nota razoável, apesar de não terem as mesmas capacidades que os alunos anteriormente referidos. Existem outros alunos que se tentam encaixar neste grupo, mas não conseguem. Ou melhor, pensam que fazem parte deste grupo. São aqueles que passam os olhos pelo livro e, se tiverem tempo, pelo caderno. Estes alunos são muito aplicados no que toca a rever a matéria cinco minutos antes do teste. Aí sim, podemos afirmar que eles são muito aplicados e preocupados. Se estiverem de bom-humor ainda falam um pouco com os colegas sobre a matéria para o teste (subentenda-se que falar, neste caso, é dizer as palavras que se lembram de ter lido no livro, e quem sabe, no caderno). É certo que, nestes casos, são raros os bons resultados. Estes alunos consideram que um Satisfaz Pouco é uma óptima nota. Verificamos também que existem os alunos que se dedicam pouco ao estudo, mas que conseguem ter uma nota razoável, apesar de não terem as mesmas capacidades que os alunos anteriormente referidos. Por fim, existem os alunos que se dedicam ao estudo, mas que não podem ser apelidados de marrões. São aqueles que tiram apontamentos próprios nas aulas, elaboram resumos em casa e têm um bom método de estudo. Apesar disto, facilmente se deixam afectar pelo stress dos testes e pelas notas mais baixas, trabalhando arduamente para recuperar. Talvez existam outros grupos que não foram mencionados, mas que, quem sabe, não serão aqueles de que vocês fazem parte?!
Falando agora especificamente do stress que antecede os testes… Quem é afectado por este stress (peço desde já desculpa pelo uso excessivo deste anglicismo) tem tendência a espalhar mau humor e agressividade (o jovem não se apercebe das suas atitudes) por onde quer que passe. Quando se encontra a fazer algo, pensa que poderia estar a estudar. No dia do teste, acorda mais cedo para fazer aquilo a que chama “dar uma revisão”. Esta é a altura em que o aluno se dá conta de que tem imensas dúvidas. Já na escola, antes do teste, tenta rever novamente a matéria. Apercebe-se de que esta é uma tarefa extremamente difícil, devido ao barulho que o rodeia. O aluno mais nervoso acaba mesmo por se refugiar na casa de banho, onde verifica que outros ruídos o incomodam. É nesta altura que muitos se apercebem de que a sua revisão não adiantará de muito. Fecha os livros, os cadernos, arruma os resumos e… a sua cabeça enche-se de preocupações: “E se o teste for pequeno?”, “E se o teste for difícil”; “E se eu bloquear”; “E se eu confundir a matéria toda?”. Tantos “se’s” que dançam na cabeça do aluno stressado. O aluno extremamente stressado identificar-se-á com tudo o que foi descrito acima. O aluno muito stressado revê-se em três ou quatro características. O aluno stressado sabe que tem duas características acima descritas. O aluno pouco stressado tem, por vezes, uma das atitudes mencionadas.
Existem outras atitudes típicas dos alunos que sofrem de stress pré-teste que talvez não tenham sido mencionadas, mas que, tal como as características dos diversos tipos de alunos, serão encontradas por vocês.
Para finalizar, quero deixar-vos aqui a minha palavra de apoio em relação aos testes. Custa estudar, é verdade….Saber que temos um teste é difícil, é verdade… O nervoso miudinho afecta-nos a todos, é verdade (podem admitir) … Coragem! Todos temos de passar por esse elemento de avaliação.

Ana GriFo
8.º A N.º2

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