sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O futuro nas mãos dos jovens

Antes de mais, sou uma estudante de dezasseis anos que transitou para o décimo primeiro ano e dedico-me a analisar algumas situações. Primeiro analiso as situações presentes da minha vida que conduzirão ao meu futuro, para o qual eu trabalho arduamente, esperando que seja o melhor possível. Mas será que as restantes pessoas da minha faixa etária também analisam o presente e preparam o futuro, tal como eu? Eu preocupo-me bastante com esta questão, pois, apesar de saber que o meu futuro depende quase exclusivamente de mim, preciso de outras pessoas que me acompanhem, ajudem, tenham semelhantes ideais e objectivos, para que possamos fazer o mundo girar. É com bastante agrado que vejo colegas e amigos empenhados no futuro e que têm objectivos específicos, batalhando para os atingir, quer na escola, quer noutros aspectos da vida.
No entanto, em oposição àqueles que se preocupam e empenham, existem aqueles jovens excessivamente despreocupados. Talvez nem seja muito grave haver, por vezes, um pouco de despreocupação, desde que exista uma certa consciência. Mas uma das coisas que mais me irrita é assistir à desmesurada despreocupação de alguns adolescentes, que se manifesta principalmente na escola, onde estes se dirigem apenas para estarem com os amigos, como se esse encontro fosse realizado num bar, esquecendo-se de que se encontram num estabelecimento escolar. Eu acredito que algumas dessas pessoas reconhecem pontos de interesse na escola, mas as conversas com os amigos falam mais alto, sendo que o pessoal docente não é mais do que um obstáculo no bom ambiente. Serão estas conversas sobre as próximas saídas ou sobre outros assuntos sem qualquer conteúdo educativo que conduzirão a um futuro brilhante destes jovens? Acho que não.
O que será que estes jovens fazem quando se encontram em casa? Não se dedicam propriamente a fazer os trabalhos de casa ou pesquisas científicas na Internet. Pelo contrário, usam a Internet para falar ainda mais com os amigos. É também neste meio de comunicação que podemos encontrar várias redes sociais (HI5, Facebook, Twitter), onde qualquer pessoa pode publicar fotos suas e dissertar um pouco sobre si. Não vou mencionar os perigos destas redes, que os adolescentes parecem desconhecer, pois além de serem assíduos utilizadores das mesmas, dedicam-lhes imenso tempo, publicando muitas fotos (algumas até inapropriadas), havendo quase uma competição para ver quem é a pessoa que recebe mais comentários, mais elogios, mais visitas,... Mas afinal qual é o interesse disto?
O futuro do nosso mundo está nas mãos de jovens desinteressados, muitas vezes mal-educados, que apenas se empenham numa longa noite de diversão e que se encontram colados ao telemóvel e ao computador? Espero não ter uma perspectiva muito pessimista, mas adorava que a realidade fosse um pouco diferente, com jovens mais conscientes e empenhados no futuro.

Declínio das praias?

Desde que o Verão começou, já tive oportunidade de ir algumas vezes à praia, frequentando aquelas que se encontram no distrito de Aveiro, como também me dirigi às praias localizadas mais a sul. Nota-se uma diferença abismal em relação a estes dois grupos de praias, no que concerne às condições atmosféricas. Julgo que é com demasiada frequência que por estes lados onde eu resido se levanta vento e a areia decide, por vezes, fazer aquela irritante dança pelos ares, lançando-se também para os nossos objectos e para o nosso próprio corpo, infiltrando-se nos cabelos e atacando os olhos. Por outro lado, quando nos queremos refrescar, ficamos frescos demais pois a água do mar quase que se assemelha a um frigorífico. É por todas estas razões e talvez ainda por outras que as praias do sul se tornam muito mais tentadoras. No entanto, as praias, independentemente da sua localização, ainda apresentam vários problemas em comum: a areia, que é muitas vezes incomodativa, a falta de sombras, o areal apinhado de gente, as horas de calor a evitar e o modo como as passar,...
Serão afinal as razões supracitadas que levam cada vez mais pessoas a refugiarem-se em hotéis, onde poucas tarefas têm para realizar, excepto darem mergulhos na piscina e apanharem banhos de sol? Claro está que passar a totalidade das férias em hotéis não se encontra ao dispor de todas as pessoas, tal como acontece com as viagens ao estrangeiro que algumas pessoas acabam por fazer, conhecendo países tropicais ou outros. Visitar a cidade que nunca dorme ou o berço da humanidade poderá ter custos muito elevados, inalcançáveis para a maioria das pessoas.
Outro tipo de turismo emerge e tem ganho vários adeptos. Falo do turismo rural, aquele que leva as pessoas a fugirem do stress da cidade, procurando locais sossegados, no interior do país, em contacto com o campo, purificando as vias respiratórias e toda a alma. O turismo rural é algo que proporciona imensas vivências àqueles que o experimentam. Esses turistas, apesar de estarem afastados das praias cheias de gente e com areia rodopiante, poderão provar os vários sabores das regiões que visitam, frequentar piscinas e praias fluviais, desfrutar das paisagens que os rodeiam, fazer caminhadas de forma a ficar a conhecer ainda melhor o local, apreciando as várias características naturais do mesmo. Uma vez que há muito para explorar no “Portugal rural” e este tipo de turismo ainda agora está a ser descoberto pelos portugueses, podemos esperar a vantagem de não nos depararmos com multidões de turistas em fila para visitar um museu ou com um hotel completamente lotado.
Com o despontar e já desenvolvimento do turismo rural, juntando o desejo das pessoas conhecerem novos ares e novas terras em tempo de férias, estará a praia a entrar em declínio nas nossas preferências?...

Férias escolares... E agora?

Está calor, cheira a Verão, dizemos adeus à mochila carregada de livros. “Finalmente”, dizem muitos alunos. Já os pais, pelo contrário, questionam-se sobre as ocupações dos filhos em tempo de férias. Enquanto os pais também se encontram a gozar as suas férias, têm os filhos “debaixo de olho”. No entanto, na maior parte do período de férias, as crianças e jovens encontram-se sozinhos. Os pais ou encarregados de educação ficam preocupados e tentam encontrar as melhores soluções para manterem os filhos ocupados.
Os avós são sempre uma boa opção, mas, verdade seja dita, a partir de uma certa idade, os jovens tendem a aborrecer-se, por muito interessante que seja a companhia dos avós. Assim sendo, recorrem aos amigos, às idas à piscina, ao cinema, à praia. Mesmo que os pais saibam onde e com quem se encontram os filhos, a preocupação é inevitável.
Felizmente, hoje em dia, temos à nossa disposição variadas ofertas de ocupação de tempos livres, como os campos de férias, as actividades de voluntariado, aulas de línguas estrangeiras ou de desportos,...
Outros jovens optam por arranjar um emprego em “part-time”, não só para se ocuparem, mas também para ganharem algum dinheiro, que se torna bastante útil.
No entanto, a preguiça pode falar mais alto e, após cerca de nove meses a estudar, as crianças e jovens querem é ficar em casa a dormir durante a manhã, sair durante a tarde e, quiçá, também à noite. Adivinham-se imensas preocupações para os pais... O que teremos nós (jovens) de fazer, afinal? Para diminuirmos as inquietações dos nossos pais, poderemos recorrer às sugestões acima apresentadas, inscrevendo-nos em actividades de aprendizagem de línguas ou de outras matérias, usando assim o Verão para nos instruírmos, evitando que o cérebro sem acção derreta com o calor. O voluntariado também poderá ser uma boa opção, pois, além de estarmos ocupados e não darmos muitas preocupações aos pais, ainda ajudamos alguém. Já nos campos de férias (apesar de eu nunca ter frequentado nenhum) podemos ter a junção de várias actividades que poderão desenvolver diversas capacidades, tanto intelectuais como físicas, havendo ainda a possibilidade de convívio com várias pessoas.
Agora dirijo-me directamente a vocês, jovens que estão a ler este artigo: A melhor opção continua a ser ficar em casa a dormir, sem qualquer actividade proveitosa e depois gozar da exposição ao sol, dia após dia, que tem tantos malefícios? Aproveitar as férias para descansar não significa uma transformação gradual em morto-vivo rotineiro, que alterna entre a cama, o sofá e a piscina.